O Lambe Lambe
Pela lente das mais de 100 máquinas fotográficas que teve em cinco  décadas de atividade, o português Bernardo Lobo, 82 anos, registrou as  transformações de hábitos e cenários do Rio. Mas não ficou no passado:  fotógrafo lambe-lambe no Jardim do Méier desde os anos 50, Lobo se  adaptou à tecnologia, uma das causas da decadência de sua profissão, e  hoje usa máquina digital para resistir na função — quase extinta.
“Em  53, éramos oito lambe-lambes, e a gente brigava pelos clientes. Existia  até um rodízio porque todos queriam ficar nas entradas do jardim”,  recorda Lobo. Naquela época, ele tinha média de 50 clientes por dia. Num  domingo ensolarado, clicava até 120 pessoas e sempre enchia o bolso.
Agora,  quando clica cinco fregueses em uma semana, dá graças a Deus. “A  tecnologia acabou com a gente”, lamenta. A máquina de tripé com quase 20  quilos, feita há 80 anos na Fábrica São Bernardo, em São Paulo, ainda  está lá. Mas é só para chamar a atenção. Quando chega um cliente, Lobo  saca uma digital de 7,5 megapixels, imprime ali mesmo e entrega as fotos  em 10 minutos.
“Tem gente que se assusta, diz que preferia a máquina  velha. Mas são poucos”, comenta Lobo, que para tentar aumentar a  clientela distribui cartões de visita com telefones, e-mail e até Orkut.  
(O Dia online)  
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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