Não é incomum de designers – especialmente os da área de gráfico – terem
 uma impressora em casa para testar seus produtos antes de enviar para a
 gráfica. E até mesmo os não-designers sabem do custo de uma impressora:
 uma simples pode custar entre R$ 150 a R$ 250. O verdadeiro roubo está 
nos cartuchos de tinta. Por que é tão caro?
Os números não mentem: a tinta de uma impressora, por litro, custa duas 
vezes mais que sangue humano e quase 500 vezes mais que gasolina. Só nos
 Estados Unidos são gastos 24 bilhões de dólares todo ano em tinta e 
toner, e se todos os cartuchos vendidos em 2008 tivessem sido colocados 
lado-a-lado, teriam dado a volta no planeta mais de 5.5 vezes.
Mas por que a impressora é tão barata e a tinta é tão absurdamente cara?
Muita gente diz que é por causa do modelo “dê o barbeador, venda a 
gilete” de negócios – ou seja, vender a impressora por um valor que pode
 chegar até a dar prejuízo para a empresa de tão baixo, e cobrar um 
valor exorbitante nos únicos tipos de cartuchos que cabem naquela 
impressora. Isto seria apenas 50% da verdade.
Thom Brown, um representante da HP – uma das maiores empresas no ramo de
 impressão – explicou o motivo por trás do custo elevado por litro de 
tinta: o custo de desenvolvimento da tecnologia é altíssimo.
“Um cartucho de tinta precisa esperar na loja até você comprá-lo, e 
depois precisa esperar dentro da sua impressora que pode não ser usada 
todo dia”, explica Brown. “Então a tinta no seu formato líquido precisa 
ficar estável por até 18 meses seguidos”.
Além disto, a tinta muda de estado rapidamente quando vai do cartucho 
passando pelo bico. E aí que encontramos a primeira parte da tecnologia;
 Em 1985, as impressoras top de linha tinham 12 bicos no cabeçote da 
impressora, jorrando 10 mil pingos por segundo. Hoje, são mais 
de 4 mil bicos entregando 112 milhões de pingos por segundo – e estes 
bicos tem 1/3 da largura de um fio de cabelo humano.
Evolução das impressoras
Em seguida, temos a questão da temperatura: por um nanosegundo, a tinha 
aquece a mais de 300 graus Celcius quando passa pelo bico. A tinta 
precisa não evaporar nesse ponto, ou não teríamos nada impresso.
Brown também explica que, ao sair do bico, a tinta voa a quase 50 km/h e
 precisa acertar o ponto certo no papel. Isto seria o equivalente a 
jogar uma uva do topo de um prédio de 30 andares para acertar um balde 
no térreo. A tinta precisa acertar o papel num formato perfeitamente 
redondo para que a imagem resultante fique perfeita. E, pra finalizar, a
 tinta precisa secar quase instantâneamente e não alterar sua cor por 
alguns anos.
Desenvolver essa tecnologia não é simples e não é barato, então as 
empresas jogam o custo disto em cima dos cartuchos. Sei que muitos 
reclamam “Mas como que cartuchos remanufaturados possuem um custo tão baixo?“. Isto não é difícil de responder: estes cartuchos são sempre de qualidade inferior e
 menos de 30% das pessoas que usam cartuchos remanufaturados ficam 
satisfeitas com o produto final, não sendo incomum dos cartuchos não 
funcionarem, secarem rápido, vazarem durante uma impressão ou 
simplesmente estragarem a impressora.
Finalizando, Brown explica que a HP demora em média 5 anos para 
desenvolver um novo cartucho, com mais de mil protótipos criados e 
jogados fora. O motivo para isto está em fornecer soluções para tantos 
consumidores diferentes, e mudar meia dúzia de ingredientes no produto 
pode fazer afundar o nome da empresa em questão de confiabilidade e 
estabilidade.
“Um cartucho de tinta é muito mais que água e corante”, diz Brown. “É 
por isso que, para que as empresas que desenvolvem impressoras de 
qualidade precisam cobrir seu custo em alguma parte do processo”.
E você, usa somente tinta original ou se aventura no mundo dos cartuchos remanufaturados? Quanto tempo duram seus cartuchos?


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