Mais uma sobre a simplicidade pessoal de Ludwig: ele mantinha em Monte Dourado pouquíssimos objetos de uso pessoal, como roupa e sapato. Uma vez ele foi a São Raimundo, sede do Projeto Arroz, usando uma calça com um rasgão na altura do joelho. Ao desembarcar em São Raimundo, um peão aproximou-se e perguntou ao Comandante do avião: “Comandante, quem é esse velho?” O Comandante respondeu-lhe: “Fala baixo que é o Ludwig.” E o peão arrematou, abismado “também, quem é que vai adivinhar que um homem tão rico ande deste jeito!” 
Na realidade, Ludwig era um homem simples porque começou praticamente do nada. Aos quatorze anos de idade, no ano de 1911, foi gradualmente expandindo suas atividades. Seus primeiros esforços foram dirigidos de algum modo à Marinha Mercante. Sua primeira aventura foi a restauração de um pequeno barco, vendendo-o em seguida. De pequenos barcos, passou para grandes navios. A princípio, limitava a reformar navios existentes, transformando-o em navios mais úteis, para os quais haveria maior demanda. Depois começou a construir novos navios, primeiro em estaleiros públicos e depois em seus próprios estaleiros.
Suas atividades de Marinha Mercante progrediram, construindo desde navios de 2.500 toneladas até pretoleiros com capacidade de 327 mil toneladas. Seus interesses tornaram-se mais diversificados e incluíram a maior salina do mundo (no México), minas de carvão nos Estados Unidos e Austrália, refinaria de óleo no Panamá, minas de ferro na Austrália e Brasil, empresas de seguros internacionais, projetos imobiliários nos Estados Unidos, empreendimentos de agricultura no Panamá, Venezuela, Honduras, Paraguai e, é claro, o complexo Jari.
Antes de iniciar a descrição da fase Ludwig, o autor escreveu uma carta à "National Bulk Carriers Inc" em Nova Iorque, dirigindo-se a um amigo, dos mais antigos colaboradores de Ludwig, Pessoa extremamente acessível, apesar de alto cargo que ocupava, de Vice-Presidente executivo do Comitê, ele respondeu prontamente às perguntas do autor, dando-lhes também a impressão sobre Ludwig. Disse Ele:
O Sr. Ludwig sempre empenhou-se em ser criativo. Nunca estava satisfeito com o estado atual das coisas. Ele foi, em poucas palavras, a pessoa mais marcante com quem eu tive o privilégio de trabalhar por um período de quase 45 anos.
Todos nós, que conhecemos o Sr. Ludwig, poderíamos escrever muitas coisas sobre suas realizações, mas todas as nossas palavras seriam inadequadas para descrever seu trabalho. Ele realizou mais de uma semana do que muita gente consegue em muitos anos, ou mesmo durante a vida toda. Deixo para você descrever o seu trabalho no Jari. Acredito que um bom conhecimento do Projeto Jari, mas prefiro abster-se de comentários.
Desejo-lhes o melhor em seu projeto.
Sinceramente:
F.J.Joyce.
Executivo Vice-Presidente.
Daniel K. Ludwig nasceu no dia 24 de junho de 1897 em South Haven, estado de Michigan, Estados Unidos, sendo descendente de família que chegou aos EUA há duzentos anos atrás. Casado com a senhora Virgínia, não teve filhos.
Para finalizar estas ligeiras considerações sobre Ludwig, o auter conta mais um fato que mostra claramente que a Jari era a menina dos seus olhos. Foi o seguinte:
Seu Vice-Presidente na época, de nome Notter, era contra a execução do Projeto Jari e um dos motivos alegados era que Ludwig dava demasiada atenção ao empreendimento. Depois de certo tempo, Notter mostrou interesse pela Jari e quis visitar o Projeto. Numa verdadeira "pirraça", Ludwig vetou a possibilidade, alegando que se ele era ou fora contra o Projeto, não tinha motivos para visitá-lo.
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