sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Materiais de Construção

Conhecendo o clima e condições da região, o comportamento e as aspirações de seus habitantes, pesquisamos os materiais, em sua natureza, exiquibilidade de obtenção econômica, segurança no transporte, versatibilidade no uso, simplicidade no manejo, para seleção do mais indicado e para equacionamento dos sistemas de construção. Dos materiais da região poderíamos contar com madeiras, e assim mesmo em condições relativamente difíceis, devido a falta de estoques locais e de estufas de secagem. Não existia tradição de construção na região. As propriedades da maioria de suas madeiras eram desconhecidas; assim, foram escolhidas de acordo com conselhos e informações locais e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT). A andiroba e o louro, para estruturas protegidas contra a intemperie, sucupira e massaranduba para obras expostas. Para pisos, a mais indicada e encontrada com relativa facilidade era a sucupira. Não havendo na região fabricação em escala industrial de folhas de portas em madeira compensada à prova d'água, ou de cupim, recorreu-se às indústrias do sul do país; o mesmo acontecendo com o escasseamento do cedro, que obrigou a comprá-lo nos Estados vizinhos. O cedro encontrado com mais facilidade no Amazonas, foi usado para obras inernas.

As obras de concreto seriam limitadas à fração mínima, por falta de pedregulho, conglomerado ou pedra para ser britada nas imediações, em condições econômicas; e ainda pela areia muito fina, inadequada para concreto. Para substituir a pedra, só existia a laterite, com dureza e consistência inferiores àquela, e que somente serviria para obras de pouca responsabilidade.

Na impossibilidade de se conseguir, em prazo reduzido, a quantidade necessária de tijolos de argila, escolhemos em seu lugar o bloco de concreto. Apesar do bloco de concreto, já inicialmente de custo mais elevado que o tijolo de argila, ainda com seu preço agravado dado o tipo inadequado de areia, e também ter taxa inferior de proteção ao calor luminoso, seria o único substituto em condições práticas para as obras. Ele apresentava ainda a vantagem de ser fabricado no local das obras, com máquinas de preço reduzidos e com essas poderíam fabricar também outros produtos, como elementos vazados, peitoris etc.

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