Ludwig era um homem que parecia ter decisões concebidas momentaneamente. Em visita a São Raimundo, logo no início do projeto arroz, presenciou a uma de suas decisões de grande vulto, em que a idéia pareceu surgir momentaneamente. Foi assim: 
A várzea onde seria implantado o projeto arroz era utilizada com pecuária bovina desde as fases José Júlio e Portugueses, e os animais ainda se encontravam no local, mesmo com toda aquela movimentação de máquinas construindo os diques e já gradeando algumas partes para os primeiros plantios. Ludwig pôde então ver os animais perfeitamente adaptados àquele ambiente, tendo feito várias perguntas. Os animais estavam realmente gordos e sadios.
Naquele mesmo dia, ao retornar a Monte Dourado decolando da pista de Saracura (sede da pecuária), Ludwig convidou Donald Height, chefe dos serviços de diques e canais do projeto arroz para sobrevoar a área da várzea entre os Rios Jari e Arraiolos. Momentos mais tarde, Donald Height deu-lhes a notícia que Ludwig havia autorizado a dicagem de quinze mil hectares para criação de gado bovino naquela área.
O plano de Ludwig era ter um plantel de cem mil cabeças de bovinos em áreas de várzeas dicadas, utilizando bombas para o serviço de drenagem e irrigação. Aliás este sistema já era adotado nos EUA no estado do Texas, próximo à cidade de Corpus Christi, na grande fazenda King Ranch, berço da raça bovino Santa Gertrudes. 
Ludwig trouxe para a Jari colaboradores de sua maior confiança, como William Turpim e Elmer Han, este o pai dos superpetroleiros; maquinários dos mais modernos que existiam nos seus projetos em outras partes do mundo; mandou construir máquinas especialmente para operar a Jari, como uma máquina que custou milhões de dólares e não aprovou no serviço de construção de diques em São Raimundo, tendo sido abandonada após a retirada dos dois possantes motores Caterpilhar. Algumas máquinas aprovaram depois de adaptações, como os tratores agrícolas Copelane, que a princípio atilavam muito nos terrenos pantanosos, recebendo depois rodas de ferro e pneus.
A estas tentativas de conseguir o equipamento ideal, o caboclo nativo estava sempre atento e em versos de pé quebrado “tirava o seu sarro” como se diz na gíria, dizendo:
Os gringos estão chegando
Trazendo inovações
Trocando pneu por ferro
Mas o trator sempre atolando.
A Jari era realmente a menina dos olhos de Ludwig. Mesmo mantendo grandes negócios distribuídos por vinte e três países, o local que ele mais visitava era a Jari, onde vinha em média de cinco a seis vezes por ano.   
Por falar de seus negócios em vários países, certa vez o autor teve nas mãos um livro que Ludwig mandou imprimir, que era chamado “Bíblia Negra”, ao qual somente alguns funcionários de confiança tinham acesso. Neste livro constavam todos os negócios de Ludwig, com fotografias e explicações sobre cada um. Superpetroleiros, a cadeia de hotéis Prince das Bahamas, minas de sal e carvão etc.  
Este livro foi mostrado ao autor por uma pessoa por quem Ludwig tinha muito consideração, sendo esta pessoa muito sua amiga. Teve conhecimento depois de pessoas muito mais graduadas que o mesmo, nunca tiveram oportunidades de ver o livro. 
A seguir daremos sucintamente as modalidades de negócio.
Quando queria falar com algum diretor que se encontrava na Jari, Ludwig simplesmente mandava em telex (já que nesta época ainda não existia telefone em Monte Dourado) e a pessoa teria que estar nos EUA na data marcada.
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