Da paleo-câmero a câmara fotográfica
A câmara fotográfica moderna origina-se da câmara escura, que se remete à câmara obscura (”quarto escuro” em latim). A câmara escura era uma sala escura com um pequeno orifício ou janela na parede. Quando um objeto ou paisagem externa é iluminado, feixes de luz entram pelo orifício e uma imagem é projetada no interior da câmara, na parede oposta. A projeção resultante é menor que o objeto, sempre invertida e de cabeça para baixo.
A câmara escura é um equipamento baseado no princípio físico da propagação da luz. A luz viaja em linha reta e ao passar por um pequeno buraco, em vez de dispersão, notamos que ela se propaga de uma forma organizada. Trata-se de um fenômeno optico natural, não foi inventado.
Pesquisadores acreditam que desenhos encontrados em gravuras paleolíticas, no interior das cabanas usadas como abrigo na era glacial, possam ter sido obtidos através de decalque direto de imagens formadas pelo princípio da câmera obscura. O fenômeno de pinhole (do inglês pin hole – “buraco de agulha”), ou formação de imagens através de câmara obscura de orifício, foi explorado muito antes da invenção da fotografia.
Os registros mais antigos da observação do princípio de formação de imagens através de orifícios datam de escritos chineses do século V A.C. O filósofo chinês Mo Ti foi provavelmente o primeiro a relatar a formação de uma imagem invertida através de um orifício.
No ocidente, cerca de 330 anos A.C., o filósofo Aristóteles elaborou as questões relacionadas à luz e aos fenômenos ópticos. Ele foi responsável por vários questionamentos que passaram a instigar a curiosidade humana sobre os fenômenos luminosos. Estes questionamentos ficaram conhecidos em óptica como “ o problema de Aristóteles”.
Mais tarde, em torno de 1020, o matemático, físico e astrônomo agípcio conhecido como Alhazen (Hassan Ibn Hassan ou Ibn al Haitham), considerado o pai da óptica, descreveu os fundamentos dos fenômenos da formação das imagens, utilizando-se de experimento uma câmara escura de orifício.
Alhazen foi um dos primeiros a usar os princípios do método científico nas suas experimentações. Estudou a propagação da luz de um meio para outro, além dos ângulos de incidência e reflexão desta a partir de espelhos planos.
Alhasen também é um dos primeiros a escrever sobre a relação da visão humana com a câmara escura. Explorou a anatomia do olho e descreveu a formação de imagens invertidas de objetos na retina do olho. Observou também que quanto menor o buraco na câmara escura, mais nítida será a imagem projetada.
Nos séculos seguintes, inspirados por Alhazen, vários os cientistas passaram a utilizar o princípio da câmara obscura para estudar fenômenos ópticos. A técnica pinhole foi usada por cientistas em vários experimentos para estudar a luz solar projetada a partir de uma pequena abertura. Seus livros Kitab-al Manazir e Opticae Thesaurus, influenciaram na obra de Leonardo da Vinci, Johannes Kepler e Isaac Newton.
Primeira ilustração da Pinhole Câmara escura, por Reinerus Gemma Frisius.
No século XVI descrições da utilização da câmara escura e da formação de imagem em pinhole são encontradas nos manuscritos Codex Atlanticus e Manuscrito D de Leonardo Da Vinci.
Em 1545, o astrônomo Reinerus Gemma Frisius, registrou em seu livro De Rádio Astronômica et Geométrica aquela que seria a primeira ilustração que se conhece de uma câmara escura de orifício. Em 1550 o cientista italiano Girolamo Cardano sugere no seu livro De subtilitate libri, que seja adicionada uma lente biconvexa na câmara escura.
Um cientista napolitano chamado Giovanni Battista della Porta, foi por muito tempo considerado erroneamente o inventor da câmara escura. Tal crédito deveu-se a repercussão e publicidade recebida por sua descrição de uma câmara escura na primeira edição de seu livro Magiae Naturalis em 1558.
No Renascimento e séculos posteriores, a câmara escura foi utilizada principalmente para fins científicos em astronomia e servindo como auxiliar de desenho para artistas e pintores amadores.
O termo câmera escura é creditado ao astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630). No próximo post caminharemos da câmara ou câmera escura de Kepler até a primeira câmera Kodak de George Eastman.
Artista em uso de uma câmara escura reflex portátil. Fonte: http://bit.ly/1m2FyH1
A câmara fotográfica moderna origina-se da câmara escura, que se remete à câmara obscura (”quarto escuro” em latim). A câmara escura era uma sala escura com um pequeno orifício ou janela na parede. Quando um objeto ou paisagem externa é iluminado, feixes de luz entram pelo orifício e uma imagem é projetada no interior da câmara, na parede oposta. A projeção resultante é menor que o objeto, sempre invertida e de cabeça para baixo.
A câmara escura é um equipamento baseado no princípio físico da propagação da luz. A luz viaja em linha reta e ao passar por um pequeno buraco, em vez de dispersão, notamos que ela se propaga de uma forma organizada. Trata-se de um fenômeno optico natural, não foi inventado.
Pesquisadores acreditam que desenhos encontrados em gravuras paleolíticas, no interior das cabanas usadas como abrigo na era glacial, possam ter sido obtidos através de decalque direto de imagens formadas pelo princípio da câmera obscura. O fenômeno de pinhole (do inglês pin hole – “buraco de agulha”), ou formação de imagens através de câmara obscura de orifício, foi explorado muito antes da invenção da fotografia.
Os registros mais antigos da observação do princípio de formação de imagens através de orifícios datam de escritos chineses do século V A.C. O filósofo chinês Mo Ti foi provavelmente o primeiro a relatar a formação de uma imagem invertida através de um orifício.
No ocidente, cerca de 330 anos A.C., o filósofo Aristóteles elaborou as questões relacionadas à luz e aos fenômenos ópticos. Ele foi responsável por vários questionamentos que passaram a instigar a curiosidade humana sobre os fenômenos luminosos. Estes questionamentos ficaram conhecidos em óptica como “ o problema de Aristóteles”.
Modelos de câmeras escuras. Fonte: http://bit.ly/1lUjZLu
Mais tarde, em torno de 1020, o matemático, físico e astrônomo agípcio conhecido como Alhazen (Hassan Ibn Hassan ou Ibn al Haitham), considerado o pai da óptica, descreveu os fundamentos dos fenômenos da formação das imagens, utilizando-se de experimento uma câmara escura de orifício.
Alhazen foi um dos primeiros a usar os princípios do método científico nas suas experimentações. Estudou a propagação da luz de um meio para outro, além dos ângulos de incidência e reflexão desta a partir de espelhos planos.
Alhasen também é um dos primeiros a escrever sobre a relação da visão humana com a câmara escura. Explorou a anatomia do olho e descreveu a formação de imagens invertidas de objetos na retina do olho. Observou também que quanto menor o buraco na câmara escura, mais nítida será a imagem projetada.
Nos séculos seguintes, inspirados por Alhazen, vários os cientistas passaram a utilizar o princípio da câmara obscura para estudar fenômenos ópticos. A técnica pinhole foi usada por cientistas em vários experimentos para estudar a luz solar projetada a partir de uma pequena abertura. Seus livros Kitab-al Manazir e Opticae Thesaurus, influenciaram na obra de Leonardo da Vinci, Johannes Kepler e Isaac Newton.
Primeira ilustração da Pinhole Câmara escura, por Reinerus Gemma Frisius.
No século XVI descrições da utilização da câmara escura e da formação de imagem em pinhole são encontradas nos manuscritos Codex Atlanticus e Manuscrito D de Leonardo Da Vinci.
Em 1545, o astrônomo Reinerus Gemma Frisius, registrou em seu livro De Rádio Astronômica et Geométrica aquela que seria a primeira ilustração que se conhece de uma câmara escura de orifício. Em 1550 o cientista italiano Girolamo Cardano sugere no seu livro De subtilitate libri, que seja adicionada uma lente biconvexa na câmara escura.
Um cientista napolitano chamado Giovanni Battista della Porta, foi por muito tempo considerado erroneamente o inventor da câmara escura. Tal crédito deveu-se a repercussão e publicidade recebida por sua descrição de uma câmara escura na primeira edição de seu livro Magiae Naturalis em 1558.
No Renascimento e séculos posteriores, a câmara escura foi utilizada principalmente para fins científicos em astronomia e servindo como auxiliar de desenho para artistas e pintores amadores.
O termo câmera escura é creditado ao astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630). No próximo post caminharemos da câmara ou câmera escura de Kepler até a primeira câmera Kodak de George Eastman.
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