sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Infra-Estrutura do Projeto e Problemas Correlatos

Em virtude de sua localização distante de pólos economicamente implantados e institucionalizados, a empresa Jari foi forçada a assumir os encargos de uma infra-estrutura bem acima do normal de outros empreendimentos.

Pela total inexistência de uma infra-estrutura anterior na região, a Jari administrava uma empresa, com os encargos de infra-estruturas de uma cidade, com todas as exigências naturais de uma comunidade civilizada, relacionadas a:

1 - Habitação.
2 - Transporte (marítimo/fluvial, aéreo e terrestre).
3 - Educação e saúde.
4 - Abastecimento e supermercados.
5 - Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
6 - Água – serviços de coleta, tratamentoe distribuição.
7 - Drenagem e esgotos.
8 - Beneficiamentos básicos.
9 - Hospedagem.
10 - Atividades culturais, desportivas e recreativas em Monte Dourado.
11 - Serviços comunitários.
12 - Comunicações.
13 - Atividades agropecuárias.
14 - Atividades paralelas.

Durante a fase de transição entre a implantação e a operação, os encargos infra-estruturais tornaram-se insuportáveis, não  apenas pelo macro dimensionamento do projeto, como pelos encargos gerados com a relação a terceiros, cuja penetração na área tornou-se incontrolável. Era praticamente impossível para a empresa competir com o mercado natural, não somente pela localização de sua área, gerando custos adicionais, como pelos elevados custos administrativos. Na tentativa de encontrar solução para esses problemas, em 1977 foi planejada a Cidade Nova Jari, em área do então Território Federal do Amapá. Este projeto previa a construção de uma cidade na Beiradinha de Munguba, em terra firme, que passaria a constituir um distrito integrante do Município de Mazagão (Amapá). A Jari doaria e terreno ao governo do Amapá, executaria todos os serviços de infra-estrutura de água, esgoto, estradas, iluminação, e a construção inicial de mil casas para alojar seus funcionários.

Infrutíferas, contudo, foram as negociações junto ao Governo do Amapá, que se mostrou oposto à idéia. A Jari foi forçada e executar a construção de uma infra-estrutura em Monte Dourado, com a construção de mil casas destinadas a funcionários para o funcionamento das operações industriais.

Os problemas foram se avolumando e agravando. Em 2 de outubro de 1979, foi criada a “Empresa de Desenvolvimento Santo  Antônio Ltda”, constituída pela “Jari – Florestal e Agropecuária Ltda”  (90% do Capital Social), “Entrerios Ltda” (5%) e SASI – Serviços Agrários e Silviculturais Ltda” (5%), com o objetivo de atender às necessidades de infra-estrutura acima descritas, dentro de um escopo empresarial

A “Empresa de Desenvolvimento Santo Antônio Ltda” não teve, na prática, uma atuação efetiva. Sua estreita interligação com a Jari, contando com elementos da própria Diretoria da Empresa e com bens de propriedade da Jari, lhe dificultou a atuação. Desse modo, passou a própria Jari a fazer o que deveria ser atribuição da “Santo Antônio”.

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